6 de nov. de 2012

E.C.A. : redução da maior idade penal x Mudança de concepções sociais




Por: Vanderli Cassia Barros

A pergunta é:  vai resolver?
Quando se fala em redução de maioridade penal, fico preocupada! Essa redução vale para todos ou apenas para o filho do pobre que não tem como pagar um psicológo, psiquisatra para  alegar distúrbios emocionais e encaminhar seu filho para uma clínica de recuperação, ou justificar que é uma vítima social, ou ainda qualquer outra desculpa.
Além disso, trata de forma radical os problemas atuais, mas e a causa desse contexto? A doença social?! Tenho uma visão mais ampla e holística de tal questão, vislumbro que reduzir ou não a maioridade penal não educa ninguém, não muda ou transforma realidades.
O que se faz necessário é uma mudança de concepções sobre a família, comunidade, sociedade, justiça, política, educação, economia, filosofia, etc. Precisamos repensar papeis, contextos que possibilitem reformular a justificativa para nossa existência!
Parte da necessidade de inovar nas estruturas básicas, como educação, segurança e lazer. E digo mais, essa estruturação parte do fato que se faz necessário peneirar profissionais capacitados, eficientes, eficazes e abertos, além dos amparos e recursos tecnológicos e materiais e estruturas físicas.
Só que não podemos deixá-los, ou vê-los como vitima social, pelo fato que todos somos e mesmo assim fizemos escolhas. Entra em uma questão discutida na psicologia a resilência que reflete sobre capacidade do ser humano em lidar e resolver os problemas, além de superar e resistir dificuldades, pressão, etc.. Veja o conceito ai:

A resiliência é um conceito psicológico emprestado da física, definido como a capacidade de o indivíduo lidar com problemas, superar obstáculos ou resistir à pressão de situações adversas - choque, estresse etc. - sem entrar em surto psicológico(ARAUJO, C.A. & MELLO, M. A. & RIOS, A.M.G., 2011).

Acrescento ainda, mais que conhecimento o ser humano precisa educar sua emoção, entender seus sentimentos, compreender seu funcionamento, e seu lugar na sociedade.
Então, considero que somos dotados de características individuais marcantes, e uma personalidade em formação, conforme o ambiente pode ser influenciado positiva ou negativamente (entramos na resilência novamente). Trabalhar o foco, ambientes, a convivência social, a emoção humana.
E o contexto da formação humana se resume nos fundamentos: conhecimento x afetividade (sentimentos), construir uma identidade crítica, reflexiva e que reconhece seu papel na sociedade e sua dinâmica como ser humano, sensível em relação ao outro e forte diante das diversidades.
Educar para o crescer, conhecer e construir! Tratar a causa da doença social, os males da sociedade, significa humanizar o seres humanos!

REFERÊNCIAS
ARAUJO, C.A. & MELLO, M. A. & RIOS, A.M.G. Resiliência. Teoria e Práticas de Pesquisa em Psicologia. São Paulo, Ithaka Books, 2011